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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

10 hábitos que nenhum micreiro se lembra mais

Hoje em dia a menos que você use Satux Linux espetar um pendrive é
algo natural, simples e que qualquer salsinha faz, sem pensar duas
vezes. Mas não quer dizer que sempre tenha sido assim. Em uma época
onde o Star Wars Kid faz parte do passado distante, há muito que nós,
os jurássicos considerávamos normal, mas hoje se quer faz sentido.

Então vamos relembrar algumas atividades dos velhos tempos, do
Início da Microinformática, quando ao invés de "Internauta" (termo que
abomino) éramos chamados de micreiros:

1 - Reinstalar o Windows
No tempo em que ninguém passava um dia
inteiro sem duas ou três telas azuis era consenso que instalações do
Windows tinham prazo de validade, se tornando mais lentas e instáveis
com o passar do tempo. Um usuário normal sobrevivia uns seis meses, mas
micreiros que gostavam de instalar muita coisa nunca passavam mais de
dois meses sem uma boa reformatada. Hoje minhas duas últimas
reinstalações do Windows foram devido a HDs com defeito.

2 - Formatar Disquetes
Comprar uma caixa de disquetes era legal,
garantíamos um monte de espaço para visitar os amigos e "trocar
programas", mas para facilitar a vida de todo mundo era preciso gastar
uma ou duas horas formatando os discos. Nada mais deselegante aliás do
que chegar na casa de alguém, puxar uma caixa de disquetes e dizer "ah,
tem que formatar". Com o tempo vieram disquetes pré-formatados, Zip
Drives e CD-Rs, e os disquetes seguiram o caminho do Corega, ficando
restrito aos usuários da 3a Idade.

3 - Recompilar Kernel
Por falar em Zip Drive, essa era a única
forma de fazer o periférico funcionar no Linux. Uns 12 anos atrás eu
lembro de ter perguntado em uma lista como configurar o equipamento e
foi essa a resposta. "instala o módulo X, recompila o kernel.." quando
protestei fui chamado de (surpresa) "burro, acomodado, escravo da
Microsoft", e que o Linux estava quase pronto para o desktop e se o
usuário não queria nem recompilar o kernel para instalar um periférico,
azar o dele. Hoje em 99% dos casos o sujeito recompila o kernel porque
pode, não por precisar.

4 - Escolher placa de som no início do jogo
Quando os jogos
rodavam em DOS cada fabricante era responsável pelos drivers utilizados
por seu programa, e não havia detecção de hardware. O programa confiava
no usuário para informar qual sua placa de som (entre outros
hardwares). Assim era bom saber se você possuía uma Soundblaster /
SB16, SBAWE64, SB32, AdLib... E não, não havia arquivo de configuração,
cada execução do programa, era bom selecionar.

5 - Resolver conflitos de COM, IRQ, DMA.
Deixe adivinhar: Você
não tem idéia do que estou falando e não sabia que era comum espetar um
modem e o mouse parar de funcionar, certo? Pois é, na Idade das Trevas,
antes do Plug and Play (que inicialmente era Plug and Pray) era preciso
anotar direitinho os recursos utilizados por cada hardware. E se
ficasse sem recursos, AZAR O SEU. Ah, alguns programas não queriam
saber das portas COM via software do Windows, mesmo que ele
disponibilizasse COM1..COM12, o programa só aceitava de COM1 até COM4.
Uma diliça de problema para resolver.

6 - Configurar string de modem
No tempo da linha discada cada
caso era um caso. As centrais variavam das maravilhosas CPA
topo-de-linha a centrais eletromecânicas de mais de 60 anos, então não
havia configuração que atendesse todo mundo. Trabalhávamos semanas
afinando nossos modems, habilitando e desabilitando filtros, colocando
pausas entre os números (às vezes o único jeito de discar) e como
algumas centrais em horário de pico levavam até 40 segundos para dar
tom de discagem, era comum ter ",,,,,,,,,,,," na frente do número, a
vírgula significava uma pausa de 3 segundos.
AT&F1, ATDT e +++ eram a língua franca entre os aventureiros do mundo (semi)online.

7 - Configurar Internet no Celular
EU fui o responsável pela
primeira conexão Internet Bluetooth via celular no Brasil, fazendo um
Palm acessar a web através de um celular, e se isso soa como algo
patético, acredite, hoje é. Trocar de SIMCARD no meu E71 é tudo que
preciso para configurar a conexão Internet daquela operadora
específica. Na maioria dos telefones a configuração é igualmente
automática. Nos velhos tempos páginas e páginas de mensagens eram
dedicadas às configurações mais esotéricas, que faziam a linha discada
parecer simples e objetiva. AT+CGDCONT=1,"IP","claro.com.br", *99***1# - lembra?

8 - Guardar CD de driver com a própria vida
O material mais
valioso de qualquer micreiro era o CD com o driver de seu último
periférico. Não havia Internet, no máximo algum BBS perdido na Malásia
Setentrional onde com sorte você gastaria uns NT$1200,00 (Narjara
Tureta, uma das moedas intermediárias durante o Plano Cruzado) para
baixar o arquivo que faria sua placa de vídeo Trident ou Cirrus Logic
funcionar. Hoje basta procurar o website do fabricante e pronto. Minhas
placas de vídeo sequer têm o CD removido do envelope.

9 - Perguntar se alguém tem eMail
No começo era perguntado quase
em tom de "desculpe, não quero ofender", pois ter email era algo tão
chique e moderno que quando o sujeito não tinha, se sentia humilhado. E
não era raro. Raro era gente que checasse o email mais de uma vez por
semana. Também era comum o usuário que sabia ler mas não sabia
responder, e a caixa de saída parecia um histórico de uma vida de
mensagens não-enviadas. Hoje alguém não ter email é tão inadmissível
quanto não ter Orkut, mas não posso dizer que me sinto humilhado ao
responder que tenho Orkut sim mas não gosto, não uso e não abro links
de Orkut que me enviam.

10 - Assistir filmes e invejar os computadores dos heróis
Águia
de Fogo em 1985 tinha um drive de CD-ROM, era o máximo. Os computadores
nos anos 80 eram poderosos, mágicos, assombravam o mundo com seus
gráficos de 16 cores. Hoje tirando uma ou outra mentira (cof, Jack
Bauer, cof) o que vemos nas telas pode ser exagerado mas o visual e as
máquinas são equipamentos de linha. Se você não tem o mesmo computador
que o Sheldon é porque você é pobre, não porque a máquina não existe.
Mesmo nas séries com tecnologia avançada, é tudo de uso corrente, a
ponto da Penélope Garcia de Criminal Minds usar Linux, e o pessoal de
CSI usar o Microsoft Photosynth, se bem que esse último realmente
parece ficção científica.












Fonte: MeioBit